Relato de parto - Elisa Lempek

Às 18h do dia 23/02/18 comecei a sentir algumas cólicas intensas e as contrações de treinamento ficaram mais fortes. Eu estava com 38s5d. Às 20h30 fui tomar um banho para ver se as dores diminuíam. Depois de 30 minutos, com as dores cada vez mais fortes, comecei a cronometrar as contrações que, apesar de intensas, estavam bastante irregulares. Às 22h fiz contato com a doula que chegou na nossa casa às 23h30, confirmando que o trabalho de parto estava evoluindo muito bem, e rápido. Naquele momento senti um misto de emoções. A presença da doula foi fundamental para me transmitir confiança, segurança, apoio e encorajamento, além de contribuir com o alívio das dores. Ela também foi muito eficaz na percepção do melhor momento para irmos ao hospital que ficava a 45 minutos da nossa casa. Chegamos no hospital às 2h30 de sábado (24/2). Eu já estava com dilatação completa, mas o bebê ainda estava alto. Durante toda a fase ativa eu me senti respeitada ao ser assistida por uma equipe que aguardava a evolução de cada etapa, sem nenhuma intervenção. Meu marido esteve ao meu lado o tempo todo e a cada momento que eu olhava para ele pensando que talvez eu não fosse aguentar (sim, pensei por muitas vezes), apenas com o olhar ele me assegurava: já conseguimos! Quando eu olhava para a doula eu sentia a mesma coisa. Por mais que um lado meu pensava em desistir, outro lado desejava muito conseguir. E, depois de 3 forças no expulsivo, na quarta força, com duração de apenas 46 segundos, as 3h31, senti o círculo de fogo e, com ele, a minha filha, diretamente para o meu peito.Naquele momento o mundo parou. Lembro do chorinho dela, de sentir sua pele enrugadinha e ver sua boquinha procurar o meu seio. Lembro também da expressão do meu marido, de sua emoção por aquele processo todo que durou menos de 5 horas e foram os momentos mais intensos nas nossas vidas. Me senti tão conectada a ele, à nossa família, à nossa história.
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