Plano de Parto
Postei um texto da minha amiga, Dra Maria Joanna (... surpresas virão) sobre plano de parto, perfeito, que depois foi complementado com um vídeo bastante verdadeiro da atriz Juliana Didone - quem não viu, vale muito a pena.
Gostaria de falar mais sobre plano de parto e colocar meu ponto de vista.
Certa vez uma das minhas pacientes - e agora amiga - trouxe um plano de parto, escrito a mão, que ela intitulou “Intenção de Parto” e eu achei ótimo. Acredito que o plano de parto seja uma ferramenta fundamental, desde que bem usada e bem discutida, especialmente com a equipe que será responsável pelo seu acompanhamento. Independente desta equipe ser de sua escolha, ou o plantão obstétrico.
Nos últimos meses, tenho assistido inúmeras pacientes no plantão obstétrico, sem nunca ter feito o pré natal. No início eu achava mais complicado não ter vínculo nenhum. Porém, hoje em dia, estou me apaixonando cada vez mais com este desafio e, sinceramente, acredito que este seja o futuro da Obstetrícia (tema para outro post). Acho fundamental ler o plano de parto destas pacientes e, mais do que isso, conversar sobre ele durante a assistência. Através dele, posso conhecer um pouquinho mais daquela gestante e ela pode conhecer um pouquinho mais de mim. Muito me agrada que todas as pessoas envolvidas no trabalho de parto (técnicas, enfermeiras, pediatras) também leem o plano de parto. Cada vez mais tenho a certeza que nosso “sonho” de plantão obstétrico está dando certo.
Faço questão de discutir os planos - ou intenções - de parto das minhas pacientes. Acho muito importante pontuarmos preferências e esclarecemos dúvidas. Cada vez mais as pacientes e seus familiares estudam e buscam informações sobre a gestação e o sobre o nascimento - de parto normal ou cesariana - e essa “educação obstétrica” está mudando a forma como nós, profissionais da Obstetrícia, enxergamos e conduzimos nossa assistência.
Felizmente, hoje temos muito mais respeito pela verdadeira protagonista do nascimento - a gestante. No entanto, não podemos confundir respeito com omissão. Respeitar esse protagonismo não nos exime da responsabilidade de usarmos nosso conhecimento obstétrico quando a situação não está dentro de um caminho seguro para a mãe, ou para o bebê.
Por isso, de novo, façam seus planos de parto, estudem, leiam, informem-se sobre o parto normal, quando for esta sua escolha; ou então sobre cesariana, se for sua preferência. Entretanto, não fechem a porta de um ou de outro caminho. Tenham em mente que o trabalho de parto, ou a cesariana eletiva podem mudar de rumo e vocês precisam ter uma portinhola aberta para esta mudança. Assim, se ela for necessária, não será traumática.
